Que a palavra amadureça
E se desprenda como um fruto
Ao passar o vento que a mereça.
Eugénio de Andrade
Poesia
Aos quatro ventos
Podia voltar a esfriar a alma
Em prol do bom senso dito comum
Mas minha alma tem que ser
Aquecida para bem do meu alcance
Editando o mundo
No meio da encruzilhada da vida
Tem que haver uma saída
Que não seja a conformação agarrada
Às sugestões da sociedade efémera.
29/06/2011
O ar respira-se serenamente
O som das águas entra
Na minha consciência como
Um inibidor de males,
Refrescando o sentido da minha vida.
Porem, tudo se torna o começo
De uma vida de plenitude
Desejo esta herança
A todos os homens de bem
Que lutam fugazmente
Para encontrar o descanso merecido.
Respiro reflexos da minha alma
Como se nesta manhã de verão ameno
Me trouxesse a paz eterna.
23/07/11
XXXX
Folgaz! És tu, sou eu, somos todos
Nesta caminhada de adversidades
Que escapa ao nosso poder de encanto.
Quero dizer-te que além do pudor
Das noites de paixão arrebatadora
Existe aquilo que nos faz perdurar no tempo
As memórias da tua frágil silhueta
Que me encantou.
Agora, aguardo que um dia
Tu me reencontres
Na tua dimensão existencial
Que me levará ao sossego da alma.
24/07/11
xxxx
Corre os ventos de norte
Como se um apelo anunciado
Me levasse para o paraíso.
Queria embeber-me nas fragas
Que refrescam a minha mente
Entupida pelo redopio da cidade.
Correm os ventos da mudança
Lentamente pelo meu ser
Nas formas de desejo inacabado.
- Levarei a dor dos momentos passados
Para que esta se desfaça em alegria
E felicidade nos ventos algures do norte.
Agora o retorno já não é possível
Não haverá hesitação num desleixo
Continuarei a amar a existência
Do bem que traz as almas amigas.
13/05/11
xxxx
Sei que os ventos agrestes
Podiam trazer boas novas
Há minha existência perturbada.
Posso constatar que a paz
Desejada ao fim dos meus sofrimentos
Podia arranjar um bom senso
Para agora descansar os meus tormentos.
24/07/11
Xxxx
Fecha-se uma tarde serena
De um equilíbrio absorvente
Deixo que as horas sigam o seu caminho
Enquanto minha alma perfaz
O retorno há serenidade
Da minha existência
Encontro-me entregue ao meu ego
Que faz as contas deste dia renovado.
28/07/11
XXXX
Como tenho meu amor em mim!?
Quero pedir a ti, Altíssimo…
Quero não mais ofender o desejo
Das eloquências perdidas no tempo.
Poderei deixar o tempo passar
Sem que a alma sangre pecados
Sem fim… sem medos rasgados
Pelo tempo perdido…
29/07/11
XXXX
Quero sentir o perfume do teu corpo
Suado de ardor do nosso enfeito de paixão.
A minha solidão deixa de fazer sentido
Quando o teu sorriso
Entranha-se da minha alma.
Teus seios afagam os meus sofrimentos
Da longa espera do amanhã
Que tarde em chegar.
Verei o sossego das nossas almas
No culminar dos nossos sentimentos.
03/08/11
XXXX
Levando a memória deitada
No aconchego do tempo.
No despertar das ilusões
Encontro o meu ser
Liberto da padecida
Que encarcerava
A libertação da minha alma.
04/08/11
XXXX
Pelo passeio da felicidade
Colho os frutos debruçados
No peitoril da minha existência.
Não deixarei esta minha eloquência
Por mãos alheias; - Sou eu e só eu!
Que por estas terras encontro
O que a mim me satisfaz.
04/08/11
XXX
Caminho pelas calçadas que me levam
Às terras de minha promessa.
Encontro o verde, a frescura
Da sombra dos carvalhais seculares.
Caminho ao encontro da minha existência…
Entregue ao meu pensar,
Vou descobrindo as calçadas
Do meu contentamento
Que me levam ao esplendor da natura.
Enquanto houver forças para caminhar;
Os trilhos da vida serão desbravados,
Por entre montes e colinas,
Desaguados nos caminhos
Que me levam ao alto
Da casa do sol nascente.
17/08/11
XXXX
Por meus enredos estasiados
Encontro almas felizes
Em terras nunca antes desbravadas
É como um regresso a um lugar de sonho
Que se concretiza no encontro
De seres simples desgarrados
No lugar que Deus oferece.
13/08/11
XXXX
Guardo a minha existência efémera
Nas palavras escritas e suportadas
Por vivências de um estado de alma,
Buscando o sorriso de uma face
Terna de momentos de solidão
Que arrasam o corpo perdido,
No encanto de um sonho perdido.
24/08/11
XXXX
Belos são os teus pensamentos
Tinha dito no cruzamento
Do meu espaço singelo.
Agora serei eu em ti
Serei tudo que minha alma
Renasce para ti.
Acordo na manhã fresca
E logo as minhas ideias
Começam a fervilhar.
É o amor a chamar por mim
É a vontade de estar perto de ti.
Trago na alma a tua garra de viver
De vencer as vicissitudes
De um corpo lutador.
29/08/11
XXXX
Entrega a alma
Fazes-me ver em ti a mágoa
Que alcança as memórias perdidas.
Subo a calçada em busca da tua alma,
Perdida num sonho de esperança…
Perdida num sonho de esperança…
Vejo-te partir em coisas vãs
Quero sentir o teu sonho perdido
Entrega a alma ao Amor
Perdido num sonho de esperança…
Perdido num sonho de esperança…
31/08/11
XXXX
Por de trás da tua frágil
Silhueta de mulher
Encontro um ser de férteis desejos
Férteis de âmbitos quereres singelos
Que me comportam para a plenitude da vida
Percorro os sinais do nosso entendimento
Como se os dias fossem
O respirar das nossas almas
Transpirando o desejo
Da nossa ternura efémera.
Agora direi aos quatro ventos
Que não é para admirar
Nem tão pouco para homenagear o nosso desejo
Encontrarei o lugar que dará asas
Há nossa existência de encanto.
12/09/11
XXXX
Num despertar de alma
Entrei no sossego da minha existência
Que tardava em preencher os tratos singelos
Do meu bem-querer.
No rodopio dos pensamentos
Evoco a plena e cristalina vontade de amar.
Deixarei o testemunho do dever terreno
Que me exorciza os meus medos.
Deixarei entrar a Luz
Que me ilumina
A plenitude de uma vida com sentido.
21/09/11
XXXX
Respiro o ar fresco montanhês
Que me faz renascer para a vida
Abrindo-me o caminho para ti.
Vais surgir do momento
Singelo e terno que minha alma
Vem procurando nas terras cristalinas.
Guardarei religiosamente
As tuas palavras que me aquecem a alma.
Por onde andar, evocarei
Aos quatro ventos a tua imagem
Que ressuscita…
Os meus pensamentos adormecidos.
24/09/11
XXXX
“ Aqui e agora “
Ao longo da bruma
Que exalta as marés
Dos meus contentamentos,
Recordo o teu olhar fugidio,
A ternura de um acontecimento inesperado,
A fé que um dia descanse no teu seio
Desprotegido da ânsia provocatória.
Olho o horizonte furtivo
Perpetuado nos percalços da vida.
Quero deixar um sinal
Que transvase a eloquência do meu ser.
Percorro os tempos da paixão arrebatadora
No feitiço das almas desamparadas
Que escorrem os jardins do néctar erotizado.
Aqui sentado mais perto do Céu,
Esperarei pelo teu sinal
Que dará razão à minha existência.
03/10/11
XXXX
Num sereno olhar
Contemplo a tua formosa silhueta
Que dá harmonia
Ao transeunte visionário.
Deixas o rasto da simplicidade
De pessoa que cativa
As almas solidificadas
Nos jardins de encanto.
Nos verdes campos imagino
O teu corpo livre de preconceitos
Vagueando pelos girassóis em flor.
O tempo será testemunha
Destas palavras e anseios
Que criaram em mim
O ser dos campos da tranquilidade renovada.
04/10/11
XXXX
Neste caminho que percorro até ti,
Levo uns abanões fugidios
Que m e alertam para o sentido da dor
Que percorre as tuas veias sofredoras
Acordo para a vida madrasta
Que tentando em vão desconcertar
A minha alma em ti,
Logo me vejo possuído a voltar
A este caminho que me leva há tua alma.
Não deixarei por mãos alheias
A vontade de te amar em alma e coração,
Pois a força dos nossos sentidos
É mais forte que as destrezas
Dos queixumes interesseiros.
Amar-te-ei, mas com Alma.
09/10/11
XXXX
Os olhares buscam formas
De sentir o desejo adormecido
No encanto dos corpos
Transpirados de tanto se darem
Às aventuras de sonhos realizáveis.
Virá de longe ou de perto
O sinal encantado
Nas profecias das almas deixadas ao acaso.
No teu olhar desprendido
Num lugar radiante,
Levo-te na comunhão
Da singela palavra
De um pensamento amigo.
11/10/11
XXXX
Laços perdurados
Na minha existência efémera
Com o cariz de uma libélula
Que sobrevoa as águas cristalinas
Dos ribeiros interlaçados
Nos dias do amanhã incerto.
Hoje sou assim, amanhã serei diferente
Como o tempo nunca é o mesmo.
A busca do equilíbrio emocional
É a maior das tarefas
Que no meu dia-a-dia de incongruências,
Faço as batalhas para dar paz à minha alma.
13/10/11
XXXX
Folhas deste Outono tórrido
De anseios que esquentam
Os desejos alcançáveis.
Folhas que caducam as memórias
Gélidas do passado.
Folhas que vão fertilizar
Os prados do meu contentamento
Folhas deste Outono
Que me dão a escolher
O caminho entre os ventos
Plenos de saudade no encanto
De uma nova etapa
Que me levará ao imprevisto da aventura.
XXXX
O caminho do verdadeiro
Ser inócuo deslumbra-se
Na entrega sem pudor
Nos movimentos mais absurdos
Da sua imagem reflectida
No encontro com o seu êxtase.
O medo cresce nas nossas
Incertezas preconceituosas.
Podia rasgar as sensibilidades
Que apoquentam as minhas pretensões
De amar o próximo.
Daqui deste lugar singelo
Levo a cabo o meu desejo de amar,
Amar sem luxúria,
Amar a ternura como me
Acariciam os meus ternos sentimentos.
Quero guardar na memória futura
As tuas palavras que confortam
Minha alma.
31/10/11
XXXX
Com uma pequena áurea
Recordo os momentos de encanto
Como se de um passado longínquo
Vertesse lágrimas agridoces na minha alma.
Sinto os meus dedos trémulos
Aquando do espetáculo da vida
Surgindo de um momento imprevisto.
Largo a minha inocência incrédula
Como se alguém me anunciasse
O futuro já ali.
Guardo pequenas palavras
Que me aquecem a vicissitude da vida.
Agora só eu fico aqui esperando
O sinal da resistência aos Deuses.
18/11/11
xxxx
Retorno ao cansaço inventado
Por tiques que transcendem
Não vejo senão o silêncio solitário
Nas margens do pensamento austero.
Quero sentir a frescura destes dias
Trancados nos sinos da revivescência
Do meu trato singelo contigo.
O amor não vem lá, nem de longe, nem de perto
Mas tenho-te a ti minha flor agreste
Que por momentos me retiras
Este cansaço inventado.
23/11/11
XXXX
Envolto deste tormento
Evoco os demônios imaginários
Da loucura vadia neste tempo perdido.
A vida será aquilo que eu fizer dela
Sem entrepostos de segmentos fugazes
O alcance deste temer só levará
O que de mim eu deixar.
Deixarei libertas as minhas musas
Eloquentes no meu olhar sonhador
Porque os dias de paixão são iguais
Ao meu sonho rasgado
Nas profundezas do Amor.
30/11/11
XXXX
Encontrava caminhos cruzados
Na essência do florescer da minha liberdade
Porem, algo me disse;
Que o lugar deixado
Para o meu testemunho
Ficaria longe de ti
Minha flor do campo
Que ressuscitaste minha alma
Perdida no corrupio da leviandade.
XXXX
Com um abraço terno
Embebo teu corpo franzino
Sinto a alma rejuvenescer
De uma emoção perdida
No tempo da distância fugidia.
Foste prometendo voltar um dia
Que se perde num tempo sem fim
Guardo o teu olhar meigo
Que me faz entrar num estado
De esperança de um mundo melhor.
Aqui, rasgo ressentimentos efémeros
Aqui, fico no meu compasso silencioso
Aqui, eu e só eu nos devaneios
De sonhos e delírios de esperança.
XXXX
Fico aqui amando o teu regresso
Como a água fresca e cristalina
Que acorda o meu rosto adormecido
Neste tempo sem fim.
Enlaço o teu rosto
Nos pensamentos da doçura plena,
Que ficará por tempo de milhares de rezas.
Eu caminho, Amor! Por milhares…
Encostado às tuas palavras de conforto.
Vou respirando a tua alma em mim
Por milhares, milhares de ternos ecos.
09/01/12
XXXX
Com o meu peito apertado
De incongruências sem sentido
Deixo-me iludir pelo sentimento
Que desgasta o meu coração solitário.
O tempo passa e tu resistes
Às minhas investiduras.
Gasto de imprecisões apelativas
Continuo o caminho
Da minha objectiva libertação.
Espero a chegada do teu abraço
Que tranquilamente me dará
A energia cósmica para a minha
Tão desejada aceitação universal.
30/01/12
XXXX
Fugindo do caos sofrido
Encosto a alma à mãe Natura
Sinto os sinais dos seres selvagens
Que me despoluem as amarras
Da intempere do sufoco urbano.
Destilo nos sons da Natureza
Nos arranques voluntários
Da minha igualdade partilhada.
Rasgo as palavras inusitadas
De um mundo que não me pertence
Refresco a minha face
Nas tuas águas cristalinas
Viste-me chegar empobrecido
Nas rédeas do mau-olhado.
Agora sou tu em mim,
Plenitude da Natura.
Agarra-me, leva-me contigo…
23/02/12
.
Sem comentários:
Enviar um comentário